sábado, 21 de novembro de 2009

Orientação aos Pais - parte II


Legendas do vídeo “Orientação aos Pais - parte II”
http://www.youtube.com/watch?v=IzXfPFXjy-I


O nascimento de uma criança é algo realmente marcante na vida dos pais. É um momento de alegria, especialmente se a criança nasce com saúde e “perfeita”. Quando essa expectativa NÃO se concretiza, a alegria se transforma em angústia, medo... Algumas vezes a alegria se transforma em tristeza, frustração e culpa.

A chegada de uma criança com diferença funcional quebra todas as expectativas dos pais. E num tempo muito curto é preciso se acostumar com a idéia e seguir em frente. Os pais olham para a criança e a preocupação com a vida e o futuro é imediata, pois o mundo lá fora não é nada confortável para as pessoas com diferença funcional.

Quando penso nas crianças, minha preocupação inicial não é com o mundo lá fora. Me preocupa muito mais o que a criança encontra dentro da própria casa, junto à família, junto aos pais. Nesse contexto, o que há de mais inadequado e danoso para uma criança com diferença funcional são as comparações. Isto vale para todos os pais, mas vale especialmente para pais de crianças com diferença funcional.

Quando você, pai ou mãe, compara uma criança com a outra, você está dizendo qual delas é a preferida, qual delas você gosta mais. É assim que a criança percebe! Esta atitude é péssima para a autoestima de qualquer criança. Em se tratando de uma criança com diferença funcional, é ainda pior.

Ao invés de comparar, elogie a criança pelo que ela é capaz de fazer. Valorize o que ela faz, da forma que ela faz. A criança certamente responderá fazendo ainda melhor.

Aceitar e respeitar a diferença funcional de uma criança, com suas peculiaridades, limites e potencial é uma forma simples e eficaz de investir na autoestima dela.

Nós que lidamos profissionalmente com as diferenças funcionais falamos muito a respeito da discriminação e do preconceito fortemente arraigados na sociedade. Denunciamos a exclusão como um comportamento social, como uma falta de atenção política ou governamental... Discriminação, preconceito e exclusão são, sim, problemas de ordem social. Mas, há também outra dimensão desses mesmos problemas. Uma dimensão muito pouco explorada: a dimensão familiar.

Preconceito, discriminação e exclusão podem sim ser muito fortes no âmbito da própria família. Talvez você nunca tenha parado para pensar nisto, mas quando se compara dois irmãos, manifestando a preferência por um deles, isto é, na verdade, uma versão doméstica da discriminação social.

Se vocês, pai e mãe, se preocupam com a vida e o futuro da criança com diferença funcional, evite, ao máximo, plantar a insegurança na cabecinha dela. Nossa casa é a grande escola que nos ensina a lidar com o mundo. Então, ensine ao seu filho que ele é importante, que ele é capaz. Dessa forma, o mundo lá fora jamais poderá convencê-lo de que ele é inferior por ser diferente.

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Descrição do vídeo:
Os pais devem evitar fazer comparações entre os filhos. A criança com diferença funcional deve ser elogiada e valorizada pelo que faz, da forma que faz. Esta é uma forma simples e eficaz de investir na autoestima da criança.
Apresentação: Ray Pereira
Interpretação: Adriana D. Pereira
Ray Pereira é Psicólogo, mestre em Psicologia Social e doutor em Saúde Pública.
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