sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sexualidade e "Viver a Vida" - parte 3

Luciana e Miguel fizeram amor...

Torci muito para que esse momento chegasse. E gostei muito da forma como tudo aconteceu.

Um encontro amoroso pode ser prejudicado por vários fatores. Considero o principal deles a atual banalização da sexualidade e do ato sexual. A reboque, chegam por essa mesma esteira a sexualidade precoce e o comportamento sexual irresponsável.

Por outro lado, afeto e sexo juntos agregam qualidade a um encontro amoroso. De fato, afeto e sexo são coisas distintas, mas que combinam muito bem. E ambos, afeto e sexo, marcaram presença no encontro amoroso do casal.

Miguel, o namorado de postura irretocável, declarou para Luciana que “nunca fez amor com tanto amor”. Se a declaração do rapaz é tão bela e profunda, o que dizer das sensações descobertas e experimentadas! Miguel desejou amar Luciana e se dispôs a aprender sobre o amor com ela própria. Decidiram explorar como casal os encantos e mistérios daquele corpo diferente... Que belíssima cena aquela em que ele a toma nos braços e a coloca na cama!

Ambos tinham vivência sexual prévia, mas agiram como um casal inexperiente. Ambos reconheceram que tinham que reaprender antes de descobrir. Antes de desfrutar. Ambos compreenderam que precisavam se entregar um para o outro antes mesmo de alcançar qualquer gratificação.

Luciana sentiu medo... não relaxou no início. É sempre mais fácil (ou menos difícil) lidar com nossos medos do que com o preconceito. O medo é um dispositivo natural. O preconceito, por sua vez, é socialmente construído. Muitas pessoas com diferença funcional assimilam idéias e condutas preconceituosas antes mesmo de testá-las. Se Luciana tivesse assimilado qualquer preconceito sobre si, sobre seu corpo e sua sexualidade, certamente teria sido devorada pelo próprio medo.

Mas, a moça encarou seus medos! Seu belo rosto, antes tenso, relaxou ao perceber que seu corpo não estava INdiferente ou morto... Seu belo rosto sorriu alegre ao descobrir que seu corpo é apenas um corpo novo e diferente.

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Palavras-chave: diversidade funcional; diferença funcional; pessoas com deficiência; pessoas portadoras de deficiência; pessoas deficientes; sexualidade e deficiência; psicoterapia; viver a vida; Ray Pereira.

2 comentários:

Raquel Soares disse...

Não vejo novela. Nem mesmo esta que tem despertado as pessoas para as questões das diferenças funcionais. Mas, fiquei contente por terem apesentado uma cena de sexo que passe pelo Fazer Amor de verdade.

Sexo sem Amor como vem sendo mostrado e pregado para a massa é um sexo que usa, abusa, desrespeita, etc.

Sexo com Amor constroi relacionamentos, traz a cumplicidade para perto e o prazer de viver se transforma em motivação.

Parabéns à todos nós que aprendemos que ao praticarmos o sexo, fazemos Amor.

Jessé disse...

"Ambos tinham vivência sexual prévia, mas agiram como um casal inexperiente. Ambos reconheceram que tinham que reaprender antes de descobrir. Antes de desfrutar. Ambos compreenderam que precisavam se entregar um para o outro antes mesmo de alcançar qualquer gratificação."

Que visão interessante! Muitas vezes, é mais difícil construir uma nova coisa em um determinado aspecto da vida, ou até mesmo a partir disso, desconstruir ou fragmentar o que já foi construído. Realmente é uma das coisas que merecem uma reflexão, junto com a questão da sexualidade.